Museu da gente Sergipana, esse é
o nome do bendito lugar onde se conta e reconta as grandes histórias do menor
estado brasileiro e até do lindo mar. Custei a visita-lo, já tinha ido a São
Cristovão, Laranjeiras e Itabaiana, mas logo ali, tão pertinho eu não havia
estado para poder me alegrar. Pois bem, tudo tem seu tempo. Cheguei ao museu
com os minutos contados, uma sensação estranha de que eu precisava me apressar,
assim como uma obra de arte requer tempo para aprecia-la também seria naquele lugar. Decidi então
curtir cada “brinquedo” sem olhar para o relógio as horas contar. Relaxei e
comecei a brincar. Logo ali estava, uma feira montada em uma barraca nada
pacata disposta a ludibriar. Mas, não era uma feira qualquer, estática e
decorativa com os principais artesanatos e iguarias, prostrados aos olhos do
publico, ali estava um vendedor pronto para interpelar e extrair de ti as mais
esdrúxulas necessidades com um só objetivo: “uma moeda lá deixar”. Tem babosa
pra cabelo, uma corrente pra espelho, uma dose de desejo e um amor para
comprar. Foi assim que conheci seu Zé, o vendedor da feira da gente disposto e
divertido querendo me alegrar. Sigo adiante e me deparo com um gigante, um
espelho num lugar. Não, ele não ia contar para mim a estória da bela
adormecida, não ia sair dali um homem a me dizer “não minha rainha”, logo
entendi que existe sim alguém mais bonita do que eu, nem precisava perguntar: e
daí que foram surgindo a rainha, a pastorinha, o bumba meu boi e Iaiá e muitos
outros a dançar. Mas, uma coisa era preciso eu precisava me movimentar. Comecei
a dar pulinhos e também a me agachar, as imagens logo assim roubavam meu lugar.
Suei até cansar. Um microfone, em uma salinha me atraiu para cantar. Entrei
apertadinha com os amigos de cá. As imagens ali surgiam e eu estava disposta a
gritar. Num só fôlego eu contei a história de Catirina e pai Francisco para o
povo escutar. Depois fui mostrar como a genética é forte e pode até perpetuar. Joguei-me
foi no repente com o moço do outro lado, numa tela a rimar. E assim eu
descobrir que até diversidade havia por lá. Num barquinho de madeira me sentei,
e os olhos atrevidos juntaram-se aos ouvidos e não queriam sair de lá. Tinha
pássaro, tinha mato, tinha areia e aruana dispostos a me ensinar. Até receita
eu encontrei para assim deliciar. Num joguinho de macaco um cubo era jogado e assim
como um tablado o cinema aparecia e ali eu aprendia sobre a reza do meu dia e o
quanto ali se via uma gente a orar. A memória estava cheia, mas ali ainda cabia
um cadinho de brincadeira para as caixinhas eu lembrar. As praças tinham nome e
até os cavalinhos estavam ali para falar. Num labirinto do meu dia só me resta à
cantoria que agora pela vida num deixará de me encantar. Viva o museu da gente
sergipana. Ali eu ainda ei de voltar!!!
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